quarta-feira, 14 de março de 2012

O que é Dislexia ?



A palavra dislexia é derivada do grego "dis" (dificuldade) e "lexia" (linguagem).

Dislexia é uma falta de habilidade na linguagem que se reflete na leitura.

Dislexia não é causada por uma baixa de inteligência. Na verdade, há uma lacuna inesperada entre a habilidade de aprendizagem e o sucesso escolar. O problema não é comportamental, psicológico, de motivação ou social.

Dislexia não é uma doença, é um funcionamento peculiar do cérebro para o processamento da linguagem. As atuais pesquisas, obtidas através de exames por imagens do cérebro, sugerem que os disléxicos processam as informações de um modo diferente. Pessoas disléxicas são únicas; cada uma com suas características, habilidades e inabilidades próprias.

Sinais Comuns de Dislexia Na Educação Infantil


•Falar tardiamente
•Dificuldade para pronunciar alguns fonemas
•Demorar a incorporar palavras novas ao seu vocabulário
•Dificuldade para rimas
•Dificuldade para aprender cores, formas, números e escrita do nome
•Dificuldade para seguir ordens e seguir rotinas
•Dificuldade na habilidade motora fina
•Dificuldade de contar ou recontar uma história na seqüência certa
•Dificuldade para lembrar nomes e símbolo

Na Classe de Alfabetização e 1ª série do Ensino Fundamental

•Dificuldade em aprender o alfabeto
•Dificuldade no planejamento motor de letras e números
•Dificuldade para separar e sequenciar sons (ex: p – a – t – o )
•Dificuldade com rimas (habilidades auditivas)
•Dificuldade em discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z)
•Dificuldade em seqüência e memória de palavras
•Dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar
•Dificuldade em orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano)
•Dificuldade em orientação espacial (direita – esquerda, embaixo, em cima...)
•Dificuldade na execução da letra cursiva
•Dificuldade na preensão do lápis
•Dificuldade de copiar do quadro

Da 2ª à 8ª série do Ensino Fundamental

•Nível de leitura abaixo do esperado para sua série
•Dificuldade na sequenciação de letras em palavras
•Dificuldade em soletração de palavras
•Não gostar de ler em voz alta diante da turma
•Dificuldade com enunciados de problemas matemáticos
•Dificuldade na expressão através da escrita
•Dificuldade na elaboração de textos escritos
•Dificuldade na organização da escrita
•Podem ter dificuldade na compreensão de textos
•Podem ter dificuldade em aprender outros idiomas
•Dificuldade na compreensão de piadas, provérbios e gírias
•Presença de omissões, trocas e aglutinações de grafemas
•Dificuldade de planejar e organizar (tempo) tarefas
•Dificuldade em conseguir terminar as tarefas dentro do tempo
•Dificuldade na compreensão da linguagem não verbal
•Dificuldade em memorizar a tabuada
•Dificuldade com figuras geométricas
•Dificuldade com mapas

Ensino Médio

•Leitura vagarosa e com muitos erros
•Permanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexas
•Dificuldade em planejar e fazer redações
•Dificuldade para reproduzir histórias
•Dificuldade nas habilidades de memória
•Dificuldade de entender conceitos abstratos
•Dificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção demasiada a pequenos detalhes
•Vocabulário empobrecido
•Criação de subterfúgios para esconder sua dificuldade

Adultos

•Permanência da dificuldade em escrever em letra cursiva
•Dificuldade em planejamento e organização
•Dificuldade com horários (adiantam-se, chegam tarde ou esquecem)
•Falta do hábito de leitura
•Normalmente tem talentos espaciais (engenheiros, arquitetos, artistas)
Características Gerais Associadas
•A emissão oral é comparativamente muito melhor que do a escrita
•Atenção limitada e dificuldade em manter-se na tarefa.

O que Fazer? Na Educação Infantil

Mediante uma dificuldade específica de leitura e escrita, deve-se procurar profissionais especializados na área, para que sejam realizadas avaliações pertinentes a um caso de dislexia. Na busca de um diagnóstico preciso e do planejamento para uma intervenção e remediação, um completo diagnóstico diferencial deve ser administrado, considerando a totalidade da síndrome da dislexia. É necessário verificar se é uma dislexia propriamente dita, ou se é um atraso no desenvolvimento da leitura decorrente de fatores adversos como uma deficiência sensorial ou atraso cognitivo. No entanto, há casos em que podem ocorrer comorbidades, ou seja, mais de um transtorno ao mesmo tempo. Um exemplo disso é a presença da dislexia associada a um quadro de Transtorno de Déficit de Atenção (mais comumente conhecido pelo frequente sintoma da hiperatividade). Nesses casos, uma avaliação médica faz-se necessária.

Além de verificar os sinais clássicos , devem ser investigadas áreas referentes a:


•capacidades de linguagem
•capacidades oral e escrita (em termos de processamento - o mecanismo da leitura e da escrita; e de uso em contexto - interpretação ou elaboração de textos).
•funções cognitivas superiores como a atenção, memória e percepção (sobretudo auditiva e visual).
•aspectos psicomotores e grafomotores (relacionados, por exemplo, aos sintomas como dificuldade de orientação ou lateralidade e às alterações gráficas da escrita).
•histórico familiar (há estudos que relatam alterações linguísticas diversas, alcoolismo, problemas de tireóide, e outras, em ascendentes de disléxicos).
Estas áreas são utilizadas nas avaliações de fonoaudiologia, e se complementam com as avaliações neuropsicológica e de psicologia cognitiva. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico de Dislexia, maiores serão as chances de tratamento especializado ou adequado, minimizando, assim, as conseqüências das dificuldades escolares e/ou sociais. Entretanto, a intervenção pode ser iniciada em qualquer idade, o que certamente tem muito a contribuir para o sucesso do indivíduo disléxico.

Como os Pais podem Ajudar?

Seu filho não está indo bem na escola. Ele é o primeiro a saber, mas não sabe o que fazer e como explicar o que acontece. Quanto mais o tempo passar sem que ele tenha ajuda, maiores serão suas dificuldades.

Seja positivo

•Descubra tudo que você puder sobre o desempenho de seu filho e os melhores caminhos para ele.
•Procure o profissional adequado para ajuda-lo. Pai e mãe devem participar juntos desta tarefa.
Seja paciente e perseverante
•Tente desenvolver um bom relacionamento com seus professores e discuta se possível o problema com eles.
•Sempre se pergunte: “O que eu estou fazendo: estou ajudando meu filho ou somente estou dando vazão à minha frustração?”
•Tente ficar calmo ao receber alguma notificação escolar.
•Ensine seu filho a fazer coisas por si próprio, dando-lhe autonomia.
•Ensine a ele como se organizar, usando seu tempo da melhor maneira.
•Seja paciente com os progressos que ele fizer, quando estiver tendo atendimento apropriado. Não vão acontecer milagres. Tudo isto leva tempo. É necessário muita determinação e esforço.

Seja atento

•Ele poderá ter muitos desapontamentos como: ser chamado de bobo ou preguiçoso, chegar atrasado em compromissos, ter frustrações nos trabalhos escolares. Mas vocês como pais podem ajudá-lo a vencer a maioria deles, desde que percebam a tempo. Preste atenção nos sinais de stress, como enurese ou introversão. Não pense que necessariamente todos esses sinais são por causa da dislexia. Seu filho está crescendo e pode ter problemas como qualquer adolescente. Tem que haver uma intervenção gentil, mas com firmeza.
•Vários professores, psicólogos, clínicos e outros profissionais, de alguma maneira compreendem e são solidários aos disléxicos.
•Não o deixe desistir.
•Ele poderá ficar tão cansado com o esforço que faz na escola, que precisará, eventualmente, ter um dia mais folgado.
•Sua criança é disléxica e depende muito de sua atenção. Mas não dê mais atenção a ela do que aos outros membros da família.
•Nunca compare crianças.
•Você pode se tornar neurótico(a) ou super protetor(a), o que é um perigo.

Seja Prático

•Qualquer que seja a idade de seu filho, leia para ele. Muitos disléxicos não compreendem o que estão lendo e é quando você deve agir.
•Digite suas anotações escolares.
•Algumas matérias podem ser gravadas em fita cassete.
•Desenvolva o interesse dele por arte de um modo geral ( teatro, música, arte e música ).
•Assista TV, vídeos com ele e depois converse sobre o que viram.
•Incentive as atividades livres.
•Elogie, motive, informe e estimule sua auto confiança e sua auto-estima.
Botões e Laços
•Não é simples ensiná-los a amarrar cordões em sapatos e a abotoar.
•Sapatos sem cadarços com elástico, ou velcro, podem diminuir o problema, apesar não o resolver.
•Uma pessoa canhota, exercita tarefas de maneira diferente da pessoa destra. Por isso se você e seu filho não usam o mesmo lado das mãos (a mesma lateralidade), você deve ensinar essas tarefas em frente a ele. Caso vocês usem o mesmo lado, isto é, ambos são destros ou ambos são canhotos, você deve ficar atrás dele para ensiná-lo.
•Para ensinar a abotoar, sempre comece da parte inferior do botão e não em cima, pois fica embaixo de seu queixo e ele não poderá ver bem.
•Explique à criança o que você está fazendo, enquanto está executando a tarefa.
Sugestões para os Professores A escola tem papel fundamental no trabalho com os alunos que apresentam dificuldades de linguagem.

Destacamos algumas sugestões que consideramos importantes para que ele se sinta seguro, querido e aceito pelo professor e pelos colegas.

•O Disléxico tem uma história de fracassos e cobranças que o fazem sentir-se incapaz. Motivá-lo, exigirá de nós mais esforço e disponibilidade do que dispensamos aos demais;
•Não receie que seu apoio ou atenção vá acomodar o aluno ou fazê-lo sentir-se menos responsável. Depois de tantos insucessos e auto-estima rebaixada, ele tende a demorar mais a reagir para acreditar nele mesmo;
Melhorando a auto-estima:
•Incentive o aluno a restaurar o confiança em si próprio, valorizando o que ele gosta e faz bem feito;
•Ressalte os acertos, ainda que pequenos, e não enfatize os erros;
•Valorize o esforço e interesse do aluno;
•Atribua-lhe tarefas que possam fazê-lo sentir-se útil;
•Evite usar a expressão "tente esforçar-se" ou outras semelhantes, pois o que ele faz é o que ele é capaz de fazer no momento;
•Fale francamente sobre suas dificuldades sem, porém, fazê-lo sentir-se incapaz, mas auxiliando-o a superá-las;
•Respeite o seu ritmo, pois a criança com dificuldade de linguagem tem problemas de processamento da informação. Ela precisa de mais tempo para pensar, para dar sentido ao que ela viu e ouviu;
•Um professor pode elevar a auto-estima de um aluno estando interessado nele como pessoa;
Nós não aprendemos pelo fracasso, mas sim pelos sucessos.

Monitorando as atividades:

•Certifique-se de que as tarefas de casa foram compreendidas e anotadas corretamente;
•Certifique-se de que seu aluno pode ler e compreender o enunciado ou a questão. Caso contrário, leia as instruções para ele;
•Leve em conta as dificuldades específicas do aluno e as dificuldades da nossa língua quando corrigir os deveres;
•Estimule a expressão verbal do aluno;
•Dê instruções e orientações curtas e simples que evitem confusões;
•Dê "dicas" específicas de como o aluno pode aprender ou estudar a sua disciplina;
•Oriente o aluno sobre como organizar-se no tempo e no espaço;
•Não insista em exercícios de fixação repetitivos e numerosos, pois isso não diminui a sua dificuldade;
•Dê explicações de "como fazer" sempre que possível, posicionando-se ao seu lado;
•Utilize o computador, mas certifique-se de que o programa é adequado ao seu nível. Crianças com dificuldade de linguagem são mais sensíveis às críticas, e o computador, quando usado com programas que emitem sons estranhos cada vez que a criança erra, só reforçará as idéias negativas que elas tem de si mesmas e aumentará sua ansiedade;
•Permita o uso de gravador;
•Esquematize o conteúdo das aulas quando o assunto for muito difícil para o aluno. Assim, a professora terá a garantia de que ele está adquirindo os principais conceitos da matéria através de esquemas claros e didáticos;
•"Uma imagem vale mais que mil palavras": demonstrações e filmes podem ser utilizados para enfatizar as aulas, variar as estratégias e motivá-los. Auxiliam na integração da modalidade auditiva e visual , e a discussão em sala que se segue auxilia o aluno organizar a informação. Por exemplo: para explicar a mudança do estado físico da água líquida para gasosa, faça-o visualizar uma chaleira com a água fervendo;
•Não insista para que o aluno leia em voz alta perante a turma, pois ele tem consciência de seus erros. A maioria dos textos de seu nível é difícil para ele;
Alunos disléxicos podem ser bem sucedidos em uma classe regular. O sucesso dependerá do cuidado em relação à sua leitura e das estratégias usadas.

Avaliação

•As crianças com dificuldade de linguagem têm problemas com testes e provas:
Em geral, não conseguem ler todas as palavras das questões do teste e não estão certas sobre o que está sendo solicitado.
- Elas têm dificuldade de escrever as respostas;
- Sua escrita é lenta, e não conseguem terminar dentro do tempo estipulado

•Recomendamos que, ao elaborar, aplicar e corrigir as avaliações do aluno disléxico, especialmente as realizadas em sala de aula, adote os seguintes procedimentos:
- Leia as questões/problemas junto com o aluno, de maneira que ele entenda o que está sendo perguntado;
- Explicite sua disponibilidade para esclarecer-lhe eventuais dúvidas sobre o que está sendo perguntado;
- Dê-lhe tempo necessário para fazer a prova com calma;
- Ao recolhê-la, verifique as respostas e, caso seja necessário, confirme com o aluno o que ele quis dizer com o que escreveu, anotando sua(s) resposta(s)
- Ao corrigi-la, valorize ao máximo a produção do aluno, pois frases aparentemente sem sentido e palavras incompletas ou gramaticalmente erradas não representam conceitos ou informações erradas;
- Você pode e deve realizar avaliações orais também.

Se o disléxico não pode aprender do jeito que ensinamos, temos que ensinar do jeito que ele aprende.

fonte-http://www.andislexia.org.br/

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