terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Amor DOCE- Vovô &Vovó


Quem cuida do seu filho são os avós? Veja como conversar com seus pais ou sogros para que a relação continue boa, mas que eles levem em consideração a maneira como você acredita ser o melhor na hora de cuidar do seu filho. Confira.

Avós são pais pela segunda vez. Você, certamente, já ouviu esse ditado. Uma pesquisa divulgada pela Academia Americana de Pediatria mostrou que o número de avós que cuidam dos netos aumentou mais de 20% nos últimos dez anos nos Estados Unidos. Nesse país, são 2,87 milhões de avós cuidando dos netos. Aqui no Brasil, não existe um número oficial, mas os especialistas entrevistados para esta reportagem afirmam que a tendência se confirma.

Mas será que eles estão por dentro das mudanças que ocorreram nos últimos anos sobre o jeito de cuidar das crianças? Para descobrir isso, os pesquisadores entrevistaram 49 avós. Cada um deles teve que responder a um questionário com 15 perguntas sobre segurança de crianças de todas as idades.

Quando perguntados sobre a melhor posição para o bebê dormir, 33% disseram de costas, 23% de lado e 43,8% de barriga para cima. Vale lembrar que a Academia Americana de Pediatria (AAP) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam que as crianças durmam de barriga para cima. Essa é a posição mais segura para prevenir a morte súbita. Além disso, a criança respira melhor e tem menos risco de engasgo – caso vomite, ela vai girar a cabeça para o lado.

Nas perguntas sobre a posição correta da cadeirinha no carro, 24,5% responderam que crianças de até 10 quilos devem andar viradas de frente para o painel. No entanto, a recomendação é que elas usem o bebê-conforto e fiquem viradas de costas para o painel.

Outro ponto questionado foi em relação ao uso de protetores, bichos de pelúcia e cobertores no berço dos bebês. Apesar de a AAP e a SBP não recomendarem o uso de protetores de berço – porque aumentam o risco de sufocação e servem como trampolim para a criança se apoiar para sair do berço –, cerca de 49% dos avós acham que esses itens são importantes para garantir o conforto das crianças.

E o número mais expressivo da pesquisa é que 74% dos avós afirmaram que o andador estimula as crianças a andar. Se você também acredita que o acessório é importante, saiba que os riscos são grandes. Ele pode até dar mais independência aos bebês, mas eles ainda não têm maturidade física e emocional para tanta liberdade. Assim, ao se locomoverem rapidamente, pode ser que não dê tempo de você socorrer seu filho se ele estiver perto de escadas, tomadas e até do fogão. Outro ponto importante é que o acessório pode atrasar o desenvolvimento psicomotor da criança, fazendo com que ela leve mais tempo para ficar em pé e caminhar sem apoio.
Como fica a relação?

Se o seu filho fica com os avós, você bem sabe que esses pontos apontados pelo estudo são apenas alguns no dia a dia. Mas como dizer que não é preciso engrossar o leite de jeito nenhum sem causar um mal-estar na família?
Para a psicóloga Melina Blanco Amarins, do Serviço Materno-Infantil do Hospital Albert Einstein (SP), o mais importante é que os papéis sejam bem definidos. “Os avós precisam entender que os pais são os responsáveis pela criança e, sendo assim, devem seguir as recomendações dadas por eles”, diz a especialista.

O melhor jeito para passar o recado é falar com delicadeza, sem passar a impressão de que eles não sabem de nada. Afinal, além de estarem ajudando você, acreditam que o que funcionou na criação dos filhos deles também deveria servir para os seus.

Que tal tentar algo como: “Olha, mãe, eu também não sabia, mas o pediatra dele me avisou que o melhor jeito para dormir é de barriga para cima”. Então, fale das evidências científicas para que eles entendam que existe uma razão por trás daquele pedido, além da sua vontade, claro.

E antes de explodir mediante um conflito, pense o quanto seu filho ganha por ter os avós à disposição dele. “Além da tranquilidade para os pais, carinho e amor dos avós são fundamentais”, diz o pediatra Ricardo Simões Morando, do Hospital e Maternidade São Luiz (SP).

Melina também aconselha aos pais que escolham os assuntos que devem ser conversados. Claro que a segurança do seu filho sempre deve vir em primeiro lugar, mas, em relação à alimentação, por exemplo, se você não quer que ele coma doces, mas chegou na casa de sua sogra e seu filho está com um biscoito nas mãos, respire fundo antes de falar alguma coisa. “Lembre-se que eles cuidam do seu filho com tanto carinho. Será que aquele biscoito merece mesmo uma discussão?”, diz a psicóloga.

Por fim, sugira a eles acompanharem você em uma consulta ao pediatra. Pode ser que lá, ao ouvir as recomendações de um profissional, tudo melhore entre vocês. Não custa tentar, não é mesmo?

Fonte: Crescer

Nenhum comentário:

Postar um comentário