sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Superprotegendo os filhos- Flávio Gikovate



Educar é preparar para a vida

Flávio Gikovate

Superprotegendo os filhos, nós impedimos que eles desenvolvam os meios necessários para se manter sobre as suas próprias pernas.

Um dos filmes mais bonitos e comoventes dos últimos anos foi Cinema Paradiso, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Foi um grande sucesso de bilheteria em muitos países e também no nosso. Quase todas as pessoas que conheço choraram em algumas partes do filme. A cena que provocou lágrimas no maior número de espectadores é aquela na qual o velho, que é o pai espiritual e sentimental do rapaz, que lhe ensinou quase tudo o que sabia da vida até então, diz a ele que se prepare para partir do vilarejo rumo à cidade grande: "Vá e não olhe para trás; não volte nem mesmo se eu te chamar". O pai manda embora o filho adorado e "ordena" a ele que vá em busca do seu caminho, do seu destino, dos seus ideais.

Nesse momento, eu não fui mais capaz de conter as lágrimas, coisa que tentava fazer até então em respeito a esse esforço que os homens fazem para não chorar - e que é absolutamente ridículo. Lembrei da minha história pessoal e lamentei, com enorme tristeza, que eu jamais tivesse ouvido coisa parecida. Parece que eu havia nascido essencialmente para realizar tarefas que fossem da conveniência dos meus pais. Eles jamais me estimularam a sair de perto deles, ainda que pudessem achar que partir seria bom para mim. Achavam intelectualmente; mas, como isso era inconveniente e doloroso para eles, optavam por me impor o que fosse melhor para eles.

Antigamente isso era feito de modo aberto e frontal. Os pais, em certas culturas, chegavam até mesmo a escolher algum filho - especialmente filha - que lhes servisse de companhia e amparo na velhice. Essa criatura não deveria se casar nem ter qualquer tipo de vida própria; seria a "enfermeira" e "empregada" dos pais nos seus últimos anos. A maior parte das famílias, isto há 40, 50 anos, não agia assim tão diretamente. Mas jamais estimulariam todos os filhos para que fossem estudar em outras cidades. Alguns podiam - e deviam - ir; outros deveriam ficar para dar continuidade aos negócios dos pais e para zelar por eles. Filho era, de certo modo, propriedade dos pais e seu destino era o que fosse decidido por eles. E as decisões eram feitas essencialmente em função das conveniências práticas - materiais e de conforto físico - dos patriarcas. Os aspectos emocionais da vida existiam, é claro, mas estavam submersos e invisíveis, colocados embaixo das questões práticas de todos os tipos. Não eram relevantes na hora das decisões. Se um filho era escolhido para ser padre, de nada interessavam suas reclamações de que não era esse o desuno que havia sonhado para si e que isso o faria infeliz. Ser infeliz não era argumento forte!

Temos a impressão de que esses tempos já se foram e que hoje em dia as coisas são muito diferentes. Parece que agora nós agimos respeitando a vontade dos nossos filhos e que eles podem fazer das suas vidas o que desejarem. Será mesmo? Não é essa a minha impressão. É evidente que há grandes avanços. Rapazes e moças são mais livres para escolher suas profissões; são mais livres para escolher seus namorados, para se casarem ou não - isso em termos, pois uma filha solteira com mais de 25 anos de idade ainda preocupa, e muito, os pais. Poucos são os pais que, hoje em dia, têm coragem de interferir frontalmente sobre o destino de seus filhos. Isso, é claro, desde que eles se comportem dentro dos limites, estreitos em muitos casos, dos padrões de conduta mais usuais. Filhos que decidem ser atores, bailarinos, músicos etc. esbarram em grandes obstáculos familiares. O mesmo acontece com os homossexuais que, até hoje, escondem suas práticas das famílias.

Agora, a forma mais sórdida e maldosa que existe de dominação é aquela que se mascara, que se traveste de grande amor e superproteção. A criança - e depois o jovem - é tão paparicada que não desenvolve os meios necessários para se manter sobre as próprias pernas. É evidente que, dessa forma, jamais poderá partir para longe dos pais. Foi carregada no colo o tempo todo e suas pernas ficaram, por isso mesmo, atrofiadas. Não pode andar por seus próprios meios e é dependente da família para a vida toda. Pais fracos e inseguros fazem isso porque, na realidade, querem os filhos perto de si, exatamente como se fazia no passado. Querem os filhos por perto para darem sabor e sentido às suas vidas pobres e vazias. Querem seus filhos sem asas e incapazes de voar por conta própria. Não prepararam seus descendentes para voarem seus próprios vôos e buscarem seu lugar na terra. Em nome do amor - o que é mentira - geram um parasita, uma criatura dependente. A coisa é mais grave do que era no passado: antes o indivíduo era proibido de partir. Hoje, é permitido que parta, mas ele não tem pernas para isso

fonte: somos todos um

sábado, 3 de dezembro de 2011

Filho Único.


Se há alguns anos era raro um casal ter apenas um filho, hoje em dia é cada vez mais comum. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), oito em cada dez famílias se encaixam neste perfil. Entre as principais causas estão a opção das mulheres em priorizar a carreira e deixar para engravidar mais tarde, as dificuldades financeiras; e a pouca disponibilidade de tempo dos pais.
Um outro estudo recente mostrou que uma criança de classe média, desde o nascimento até os 21 anos, custa, em média, R$ 1 milhão. Muito? ''Os gastos aumentaram demais. As escolas são caríssimas e ainda tem os cursos paralelos: natação, balé, futebol. Além disso, os filhos estão cada vez mais exigentes. É bem mais fácil ter somente um'', diz Cristina Milanez Werner, mestre em Psicologia Clínica e Especialista em Terapia Familiar Sistêmica.


Tudo para ele?


Na contramão disso tudo, surgem as dúvidas: É saudável para uma criança não ter irmãos? Ela não vai ficar muito mimada? Como não sobrecarregá-la de cuidados e obrigações? Como prepará-la para a vida?

''O filho único não é nenhum bicho-de-sete-cabeças”, explica a psicóloga. “Muitos pais acham que o ideal é dar tudo para ele, colocá-lo em mil atividades. Uma coisa tem que ficar clara: se ele crescer com excesso de tudo, vai achar que o mundo gira a seu redor. Só que a realidade não é bem assim.''

''Esse tipo de criança será uma eterna insatisfeita, pois não valoriza o que tem e estará sempre à espera do próximo presente. Na maioria das vezes, vai ficar isolada porque não sabe dividir, quer exibir tudo o que ganhou e ditar as brincadeiras para o restante do grupo, o que não dá certo.''


Limite: o segredo


Ser feliz com o que se tem: um dos pontos fundamentais que os pais devem passar para os filhos, segundo Cristina Milanez. ''A criança não pode sofrer porque não tem um brinquedo de última geração. É preciso ensiná-la a esperar uma data especial para ganhar presentes. Se o pai e a mãe vão ao shopping, não necessariamente deverão voltar com alguma lembrancinha para ela.''

A psicóloga adverte: ''Tudo o que vem muito fácil é menos varolizado. Se num dia meu filho quiser um brinquedo e no dia seguinte eu der, muito provavelmente ele o deixará de lado (ou vai destruí-lo) esperando ganhar um novo. Pai de filho único tem que ter esse cuidado, impor alguns limites.''


Grande família


É extremamente saudável para o filho único estar cercado de outras crianças. ''Na ausência de irmãos, o casal tem que valorizar mais o restante da família. Os primos vão ocupar um papel fundamental e essa relação precisa ser incentivada.''

''A criança deve brincar, correr, chegar suja da escola e da festinha. Os pais têm que permitir que o filho interaja. Não podem cercear o convívio dele com o mundo, que está à sua disposição; não podem tratá-lo como se ele fosse um cristal.''

''Claro que devem cuidar das crianças, mas precisam entender que se tiver que acontecer alguma coisa, vai acontecer, independentemente da vontade deles. Excesso de cuidado pode ser prejudicial, sim.''


Meu filho, meu tesouro


Para quem pretende ter apenas um filho, algumas dicas importantes:
Viver intensamente a relação com a criança. Acompanhar seu desenvolvimento, mas sem achar que tudo que ela faz é excepcional, porque não é.
Seu filho, provavelmente, não é mais bonito, o mais inteligente, nem o mais esperto. Ele é apenas mais um, especial para você.
A maternidade deve ser vivida como se fosse única. Afinal, para se sentir mãe, não é necessário ter três filhos. Apenas um pode completar a família.

May 7, 2008, 5:25 pm // Autor(a) Amarante

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Criança: A aprendizagem da leitura e da escrita




A aprendizagem da leitura e da escrita

Vários autores, estudiosos do processo de aquisição da leitura e da escrita, concordam que ele se inicia muito antes do que geralmente se imagina, quando a criança, mesmo sem frequentar a escola, começa a tomar contato com materiais escritos, em casa, na rua, ou em qualquer lugar onde se encontre.

Entre esses pesquisadores, uma autora argentina e também psicopedagoga chamada Emília Ferreiro contribuiu bastante para o entendimento de como ocorre o processo de aprendizagem da linguagem escrita. Segundo afirma, a criança pensa sobre a escrita, formulando hipóteses sobre ela, como maneira de compreender o que significa.

Essas hipóteses acontecem em todas as crianças e vão evoluindo desde a fase pré-silábica, na qual ainda não há intenção de representar através da escrita os aspectos sonoros da fala, até chegar ao padrão alfabético, que é aquele no qual a criança associa sons falados a letras escritas.

Dessa forma, quando a criança faz traços contínuos no papel e atribui-lhes significado (como, por exemplo, quando escreve “hjfgdklgjhergrqilurgsd” e lê O menino caiu), ela está escrevendo, ou seja, está fazendo uma atividade investigativa sobre a escrita, que será importante para que ela possa evoluir gradativamente em sua aprendizagem. Por isso, essas tentativas da criança não devem ser motivos de chacota, ao contrário, devem ser incentivadas e reforçadas.

Estímulo à aprendizagem

Durante a aprendizagem da escrita, a criança passa por várias fases até chegar à hipótese alfabética, na qual realiza uma análise sonora da palavra que vai escrever, fazendo corresponder a cada som de fala um caráter escrito. A produção escrita da criança torna-se legível para o adulto, embora não haja ainda o domínio das regras de ortografia, o que ocorre posteriormente, de forma gradativa. Também esse processo deve ser estimulado, através da apresentação de materiais escritos na escola e no ambiente familiar, já que trata-se de uma aquisição cultural, ou seja, que não ocorre apenas internamente na criança.

Nessa fase de escrita alfabética, as crianças podem escrever palavras como, por exemplo, “dinosauro” (dinossauro), “tatussinho” (tatuzinho) e “jacare” (jacaré). É necessário que estejam em contato com vários materiais escritos, através dos quais possam perceber as diferenças no padrão de escrita do idioma e compará-los com sua maneira de escrever para que adquiram a escrita ortográfica.

É importante ressaltar que podem ocorrer diferenças individuais quanto à idade em que as crianças passam por cada fase de evolução da escrita. Essas diferenças têm a ver também com o maior ou menor interesse e estimulação (principalmente da família) em relação à oferta de material significativo de leitura e escrita.

Contudo, é desejável que os pais observem a evolução de todo esse processo e estejam atentos a dificuldades específicas, que podem necessitar de ajuda profissional, principalmente quando a criança está em uma fase inicial do processo e a requisição escolar é de uma fase mais adiantada. Nesses casos é necessário diagnosticar os fatores que podem estar interferindo para, então, fazer com que a criança evolua e acompanhe o que é pedido para seu nível de escolaridade.

Como já foi citado, é importante que a criança possa ter acesso ao material escrito para que construa o conhecimento da linguagem escrita.

Leitura com prazer

A leitura, parte desse processo, também desenvolve-se de forma gradual, é um hábito a ser adquirido e deve ser fonte de prazer e não apresentada de forma obrigatória através de imposição ou cercada de castigos e ameaças.

Sua apresentação deve ocorrer o mais cedo possível na vida da criança, já no ambiente doméstico, através da família e dos pais. Estes são os primeiros incentivadores, promovendo a aproximação com a linguagem desde o momento em que cantam para os bebês, brincam com eles usando histórias, adivinhações, rimas e expressões folclóricas, ou folheiam livros e revistas buscando figuras conhecidas e perguntando sobre seus nomes.

A leitura reflete-se de forma significativa na escrita da criança (e do adulto também), na medida em que, ao ler, memorizamos as correspondências ortografia-som sem memorizar regras, e apreendemos também as exceções das mesmas, além de ampliarmos o vocabulário e o conhecimento das estruturas de diferentes textos, o que aumenta o repertório e reflete-se em uma escrita melhor.

Isso explica as diferenças quanto à apropriação da ortografia (saber, por exemplo, que a palavra “onça” deve ser escrita com “ç”, apesar do som de fala ser “s”). Escrever respeitando os padrões da língua é um processo gradual, mas depende muito da estimulação que a criança recebe quanto ao uso significativo (para ela) de material escrito.

Os adultos que participam da vida da criança têm papel fundamental no aprendizado da leitura e escrita. Por isso é importante que sejam modelos de leitura, que leiam freqüentemente para a criança e que introduzam a leitura em sua vida o mais cedo possível. Afinal, ler é um hábito a ser desenvolvido e, como todos os hábitos, só se instala se for realizado muitas vezes.

É fundamental entender que essa aprendizagem é gradativa, que devem ser respeitadas diferenças individuais e não se deve punir e criticar a criança por ela não estar lendo ou escrevendo como outra da mesma idade. Isso poderia atrapalhar o seu desenvolvimento, gerando nela sentimentos de insegurança e incapacidade.

Ao contrário, deve-se compreender que, quanto mais à criança associar a leitura e a escrita com atividades úteis e que lhe dêem prazer, maior será o seu desejo de aproximar-se delas, maior facilidade ela terá de aprendizado (afinal, aprende-se a ler e escrever lendo e escrevendo) e maiores chances ela terá de levar a leitura e a escrita como aliadas para toda a vida.

Dra. Tânia Regina Belo
Psicopedagoga e Fonoaudióloga
Telefone: (11) 6674-2015

sábado, 29 de outubro de 2011

O Desenvolvimento Emocional da Criança



O Desenvolvimento Emocional da Criança


Existem predisposições hereditárias que atuam nas reações emocionais humanas, mas a forma pela qual nos expressamos emocionalmente é sempre adquirida. Assim sendo, como educadores, isso nos motiva a saber como se estabelecem as reações afetivas e como podemos auxiliar no desenvolvimento de nossos educandos.

Para entender a vida emocional daqueles que ensinamos é necessário sabermos o porquê e como se estabelecem os sentimentos e as emoções frente às reações das crianças ao meio em que vivem. As emoções humanas não podem ser rotuladas até que as experiências infantis determinem os modos típicos de reação. Isto é, os padrões reativos emocionais são aprendidos e não mera transformação dos impulsos primários como choro, espanto, gritos e espasmos.

Verificando a idade aproximada das crianças observam-se determinadas reações que são na verdade características de cada fase do desenvolvimento infantil. São elas:


Nascimento: Excitamento generalizado.


Três meses: Excitamento, aflição e prazer.


Seis meses: Excitamento, medo, desprazer, raiva, aflição e prazer.


Um ano: Excitamento, medo, desprazer, aflição, raiva, prazer, alegria e afeição.


Um ano e meio: Excitamento, medo, desprazer, prazer, raiva, ciúme, alegria, afeição por crianças, afeição por adulto e aflição.


Dois anos: Excitamento, medo, desprazer, raiva, ciúme, aflição, prazer, júbilo, alegria, afeição por adulto, afeição por criança. Já com certo equilíbrio emocional a criança nessa fase demonstra afeto pela mãe principalmente na hora de dormir. Cuida afetuosamente dos seus brinquedos, têm idéia de posse das suas coisas, mas não sente ciúmes das demais crianças.


Três anos: Afável, serviçal e acessível pode demonstrar ciúme dos irmãos mais novos e já apresenta domínio físico e emocional de si mesma. Feliz e satisfeita a criança nessa idade se entretém tranquilamente de forma equilibrada sendo feliz e sentindo-se satisfeita.


Quatro anos: Tanto os meninos como as meninas mostram-se egoístas, rudes e impacientes com os irmãos menores. Polemistas e briguentos expressam afeto na hora de dormir, sentem ciúme do pai e da mãe ao mesmo tempo, são alegres, gostam de participar de jogos e sentem orgulho de seus trabalhos.


Cinco anos: Compreensivos, carinhosos e realistas orgulham-se de seus aspectos e principalmente de suas roupas bonitas. Curiosos gostam de ouvir histórias e sabem o que querem se atendo ao que desejam por vezes insultando os outros.


Seis anos: Sumamente emocional a criança nessa idade apresenta acentuado desequilíbrio nas relações com outras crianças ficando excitada quando a criticam. Expansivas amam e odeiam a mãe ao mesmo tempo, são brincalhonas e se consideram “sabichonas”. Choram facilmente sem motivo e em certas horas são carinhosas e angelicais e grandes companheiras para adultos. Apresentam ciúmes dos brinquedos e de outras crianças. Empregam palavras fortes com certa agressividade testando limites.



É importante lembrar que dentro do desenvolvimento emocional de toda criança três características das emoções são fortemente percebidas, são elas:


Medo: Nas crianças de alguns meses o medo é provocado por ruídos fortes, estímulos dolorosos e falta de apoio. Com isso as crianças tendem a prender a respiração e procuram agarrar-se a qualquer objeto. À medida que a criança se desenvolve, o medo começa a revelar insegurança e somente lentamente é que ele se torna uma reação mais limitada fazendo surgir reações de prudência, cuidado e aflição.


Cólera: Numa criança de meses, por exemplo, ela pode ser provocada pela coibição dos movimentos comuns no desenvolvimento motor. Quando frustrada a criança tende a destruir os objetos que se encontram à sua frente e embora a cólera se manifeste quando a criança se sente frustrada, ela pode decorrer inclusive de causas internas como a fadiga, o sono, aborrecimentos em geral ou mesmo o surgimento de doenças que acometem as crianças.


Prazer: Desde bebê o prazer nas crianças irá emergir com a satisfação das necessidades orgânicas ou mesmo pela presença dos familiares. Já na fase pré-escolar, além do prazer ser produto da satisfação das necessidades fisiológicas e psicológicas ele é manifestado por meio do amor, do júbilo e da afeição. A afeição nas crianças, por exemplo, é facilmente observável nas reações prazerosas tanto com os brinquedos, como com os animais e as pessoas.



Sabe-se que além de todas as características descritas anteriormente, vale lembrar que quando existem na família boas relações entre todos os membros, a criança se sente segura emocionalmente o que muitas vezes auxilia na construção de uma personalidade confiante e com iniciativa.

Daniella Magnini Baptista
Pedagoga


(Publicado em 05/11/2009 )

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Como contar histórias para as crianças?




Como recurso psicopedagógico a história abre espaço para a alegria e o prazer de ler, compreender, interpretar a si próprio e à realidade

Por que contar histórias para as crianças?

A história é uma narrativa que se baseia num tipo de discurso calcado no imaginário de uma cultura. As fábulas, os contos, as lendas são organizados de acordo com o repertório de mitos que a sociedade produz. Quando estas narrativas são lidas ou contadas por um adulto para uma criança, abre-se uma oportunidade para que estes mitos, tão importantes para a construção de sua identidade social e cultural, possam ser apresentados a ela.


Qual a diferença entre ler e contar uma história?

São duas coisas muito diferentes, porém ambas muito importantes. Um texto escrito segue as normas da língua escrita, que são completamente diferentes daquelas da linguagem falada. Quando uma criança ouve a leitura de uma história ela introjeta funções sintáticas da língua, além de aumentar seu vocabulário e seu campo semântico. Porém, aquele que lê a história deve dominar a arte de contá-la, estar preparado suficientemente para fazê-lo com apoio no texto, sabendo utilizar o livro como acessório integrado à técnica da voz e do gesto.

Além disso, quem lê para uma criança não lhe transmite apenas o conteúdo da história; promovendo seu encontro com a leitura, possibilita-lhe adquirir um modelo de leitor e desenvolve nela o prazer de ler e o sentido de valor pelo livro.

Há opiniões divergentes neste campo: alguns autores consideram que o contador sem o livro tem mais liberdade de acentuar emoções, modificar o enredo segundo as reações da criança e portanto, melhor comunicação com o público infantil. Teria ainda mais disponibilidade para trabalhar sua voz e seu gesto.

Somos partidárias, neste aspecto de que o importante é como ler e como contar, porque é preciso que se tenha técnica e preparo para despertar o desejo e o prazer das crianças.


Para que contar histórias?

Um dos principais objetivos de se contar histórias é o da recreação. Mas a importância de contar histórias vai muito além. Por meio delas podemos enriquecer as experiências infantis, desenvolvendo diversas formas de linguagem, ampliando o vocabulário, formando o caráter, desenvolvendo a confiança na força do bem, proporcionando a ela viver o imaginário.

Além disso, as histórias estimulam o desenvolvimento de funções cognitivas importantes para o pensamento, tais como a comparação (entre as figuras e o texto lido ou narrado) o pensamento hipotético, o raciocínio lógico, pensamento divergente ou convergente, as relações espaciais e temporais( toda história tem princípio, meio e fim ) Os enredos geralmente são organizados de forma que um conteúdo moral possa ser inferido das ações dos personagens e isso colabora para a construção da ética e da cidadania em nossas crianças.


Como selecionar histórias para ler ou contar?

Segundo Luiza Lameirão, existem dois tipos de histórias: aquelas que servem de alimento para a alma, permitindo a transmissão de valores e de imagens arquetípicas fundamentais para a construção da subjetividade; e aquelas que servem para despertar o raciocínio e o interesse da criança para formas de agir e estar no mundo

- são chamadas histórias matéria - importantes para a estruturação dos aspectos objetivos de nossa personalidade. Estas últimas devem ser selecionadas de acordo com o desenvolvimento cognitivo do ouvinte porque exigem maior compreensão racional e analítica.

Como se aprende a contar histórias?

Em cursos de capacitação pode-se adquirir as competências necessárias para se contar histórias, aprendendo as técnicas básicas de voz, gesto, materiais de apoio, dentre outras.

Podemos destacar algumas orientações básicas para contar histórias:

· Escolha leituras que tenham ligação direta com o sexo, a idade, o ambiente familiar e o nível sócio econômico da clientela.

· Incentive as crianças diariamente, contando pequenas histórias sem mesmo ter o livro nas mãos.

· Use entonação de voz atraente, sem exageros, faça suspense, faça drama, se emocione, expresse sua opinião sobre o tema e dê oportunidade para que a criança também apresente sua opinião.

· Enriquecer a narração com ruídos (onomatopéias) como miau! Au! Au!

· Movimente o corpo (olhos, mãos e braços), mas sem exageros.

· Evite cacoetes como: aí... então... entenderam... não é?

· Crie a “hora da história”. Na escola, um bom horário é após o recreio para acalmar a turma; em casa pode ser à noite, antes de dormir;

· Determine um dia ou horário para cada aluno ler ou contar uma história. Não force ningúem.

· Em casa, estimule a criança a recontar a história que ouviu; compre livros, dê livros de presente em aniversários, natal e outras festividades;

· Sempre que possível sente-se no nível das crianças.

· Explique quando necessário, o significado das palavras novas.

· Preserve a atenção das crianças no local em que a história está sendo contada. (muito barulho, pessoas estranhas interrompendo, etc.).


Quais as implicações psicopedagógicas do ato de contar histórias?

A história, como já foi dito, possibilita a articulação entre objetividade e subjetividade, espaço “ entre “ no qual se situa o trabalho psicopedagógico. É, portanto, um recurso que pode ser usado tanto no diagnóstico como na intervenção psicopedagógica em instituições e na clínica. O conteúdo mítico, as ações praticadas pelos personagens, os valores morais implícitos na narrativa, permitem projeções que facilitam a elaboração de questões emocionais, muitas vezes expressas como sintomas que se apresentam na aprendizagem. A compreensão dos enredos, a análise dos conteúdos, a estrutura lingüística subjacente ao texto, permitem ao profissional investigar questões cognitivas presentes nas dificuldades do processo de aprendizagem.
Como recurso psicopedagógico a história abre espaço para a alegria e o prazer de ler, compreender, interpretar a si próprio e à realidade.



Cláudia Marques Cunha Silva - Mestra em Engenharia de Produção com ênfase em Mídia e Conhecimento pela UFSC; Psicopedagoga, coordenadora do Núcleo Sul Mineiro da ABPp; Docente de vários cursos de Pós-Graduação em Psicopedagogia no sul de Minas, tais como: UNINCOR, UNIVAS, UEG-Campus Divinópolis, UCAM, UVA (Convênio com Aprender-atividades integradas) e FEFC- Formiga.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

PAI , se ligue!



A sensação de que o tempo está passando, os filhos estão crescendo, e se está à margem deste processo, como um mero espectador, é um sofrimento para muitos pais. Se você é pai e sente que lhe falta tempo para acompanhar seus filhos, fique esperto: ter pouco tempo não é igual a não ter tempo.

O importante é aproveitar o pouco tempo de que dispõe, de modo a tirar seu máximo proveito. No final da semana, por exemplo, separe pelo menos 3 horas para vocês saírem juntos e colocarem as fofocas em dia. Se você utilizar bem suas horas livres, criará um relacionamento muito mais construtivo (e de respeito) com seu filho.

Outro fator essencial para o relacionamento é perceber que você precisa estar com seus filhos para ser mais competente. Não é só seu filho que precisa de você. Você também precisa dele. O tempo que passam juntos serve para você respirar e recarregar as baterias. É um momento para semear dentro de você uma nova energia, uma nova maneira de enxergar a vida.

A preocupação em deixar uma boa herança material para os filhos transforma muitos pais em workaholics (trabalhadores compulsivos). Não é assim que deve funcionar. A melhor herança para os filhos é a certeza de que são amados ou foram amados pelos pais. Esse sentimento não é transmitido com presentes, mas com olhares cúmplices, com um ombro amigo nos momentos de dor ou com frases do tipo “Filho eu adoro ser seu pai. Tenho orgulho de você. Obrigado pelas coisas que você me ensina”.

No entanto, para muita gente expressar sentimentos não é tarefa fácil. Alguns pais têm muita dificuldade em dar carinho aos filhos, mas nunca é tarde para começar. Pode ser aos poucos, mas é preciso começar de alguma forma. Veja, abaixo, três dicas que eu considero essenciais para você incrementar o relacionamento com seu filho:

1. Entenda que cada filho é um ser único. Respeite suas características e necessidades particulares. Se você tem dois filhos, procure sair com cada um deles em dias distintos. É claro que alguns programas devem reunir a família inteira, mas é importante existir um momento em que seu filho se sinta especial. Para que ele possa reclamar da professora, comentar sobre um amigo ou contar uma façanha.

2. Dedique tempo também para o filho que não tem problemas. A maior parte dos pais tem a tendência de dar toda a atenção para o filho que está com dificuldades na escola, doente ou terminou o namoro. De imediato, o outro que está indo bem percebe que não há vantagem nenhuma em ser um estudante ou uma pessoa responsável. Cedo ou tarde, ele começará a criar problemas em troca de sua atenção.

3. Mantenha presença marcante na vida de seus filhos. Apesar da falta de tempo, não deixe tudo para o final de semana. Principalmente os pais que são separados. Mesmo que, lá pelas 7 da noite, você ainda esteja trabalhando, telefone perguntando como foi o dia das crianças. Conte também sobre seu cotidiano. Seu filho deve ter curiosidade em saber o que você faz quando está longe dele.

Uma palavra final para os pais que têm filhos problemáticos. Talvez seu filho não queira estudar e você esteja aí enchendo a paciência dele. Lembre-se: seus filhos tomam você como modelo. É um constrangimento imaginar que pais que nunca abriram um livro e nunca fizeram um curso exijam isso dos filhos. O mesmo ocorre com as mães que estão acomodadas, morrendo de medo de sair do emprego em que são desvalorizadas, e buzinam o dia inteiro no ouvido de suas filhas que elas tem de ter autonomia e coragem de ousar.

Seus filhos estão vendo você o tempo todo. Por isso, é interessante trazê-los para sua vida. Se você está se formando num curso, convide-os para assistir a cerimônia. Eles precisam notar que você continua estudando. Que a mãe continua ousando e aprendendo coisas novas. Isso vai ser um estímulo para eles. E mais: seja o ídolo de seus filhos. Mas isso você só vai construir no dia-a-dia, na simplicidade de estar aberto para aprender junto com eles, na maneira como conduz seus atos e sua vida. Adote seus filhos antes que eles saiam atrás de um beadhunter de pai.

Fonte:
Roberto Shinyashiki / Viva SP

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

”É possível educar sem palmadas?”



CRESCER entrevistou a psicóloga Luciana Maria Caetano, autora do recém-lançado ”É possível educar sem palmadas?”, que traz bons argumentos contra a violência dentro de casa.

Se você apanhou dos seus pais e, hoje, se considera uma pessoa educada, provavelmente deve achar que isso contribuiu para o seu sucesso, correto? Esse é apenas uma das questões levantadas em É possível educar sem palmadas? ,da doutora em psicologia Luciana Maria Caetano. Mais do que dizer que ela não funciona, a especialista mostra quais caminhos os pais podem seguir para que consigam impor limites sem agressividade. O livro não traz fórmulas prontas, por isso, não pense que somente ele vai resolver os problemas de educação na sua casa. Deixe os seus pré-conceitos de lado e entre nessa reflexão com a gente.

CRESCER:
Por que dar palmada não funciona?
Luciana Maria Caetano: Porque ela é falível. Nada garante que uma criança que apanha vai deixar de ter um comportamento inadequado. Pior: algumas crianças se acostumam com a palmada e não ligam mais quando os pais a ameaçam – o que significa que eles perderam a autoridade. Além, claro, do fato de que agressividade não faz bem. Vejo adultos que se indignam quando sabem de casos de violência, então por que alguns ainda acham normal bater numa criança? Não tenho dúvidas de que quando um pai bate numa criança ele mostra para ela que a violência é o meio de resolver os problemas, de que os mais fortes têm direito a bater nos mais fracos.

CRESCER: Quais as conseqüências da palmada para as crianças?
LMC: Primeiro, um argumento que ouço muito, é de pais que são a favor da palmada, de tapas, mas dizem que são contra a pancada. Mas como mensurar isso? Porque quando se está com raiva, é difícil medir a força. E a criança é frágil também. Além disso, a palmada gera na criança um sentimento de crédito: “fiz uma arte e, apanhando, paguei por ela. Agora estou livre para cometer novas”. É assim que os pequenos pensam. A palmada não é acompanhada de reflexão, do entendimento de que se faz a coisa errado. Por sua vez, os pais acabam distanciando-se dos filhos quando batem neles.

CRESCER: Se um adulto recebeu esse tipo de castigo dos pais e acha que isso foi responsável pela sua boa educação, como convencê-lo do contrário?
LMC: Essa é uma das perguntas mais difíceis de ser respondida. Hoje em dia vemos que, por conta do autoritarismo do passado, muitos pais foram para o caminho inverso, de não dar limite nenhum ao filho. E isso também é errado. Acho que os pais que creditam à palmada o fato de serem pessoas de bem na verdade o são por causa das regras claras que os seus pais impunham. Não encontrei nenhum adulto que tenha dito “ah, aquele dia foi muito especial para mim porque apanhei”. O que faz uma pessoa ser correta é a noção de certo ou errado que ela tem. Os pais do passado usavam a palmada para passar princípios, mas hoje sabemos que existem outras formas para isso.

CRESCER: E como os pais podem impor regras e limites sem usar a palmada?
LMC: Os pais precisam ser exemplo de justiça, respeito, dignidade, que são princípios universais. Não adianta falar para o seu filho não mentir se você próprio mente. Ou dizer para ele não ser agressivo se você explode em brigas no trânsito. Tem que explicar: “você escova os dentes porque isso é bom para a sua saúde”. Frases como “se você não escovar eu vou te bater” ou “se você não escovar vou ficar triste” não são indicadas. Além disso, é essencial ser paciente. Educar uma criança exige paciência. Muitos pais usam a palmada porque esse é o caminho mais fácil.

CRESCER: O castigo, sem palmada, é válido?
LMC: Sim. Mas o castigo tem que estar diretamente relacionado com a “arte”. Sujou? Tem que limpar. Quebrou? No próximo final de semana não haverá passeio, pois o dinheiro será usado pra consertar. Nesse sentido, não dá para negociar com a criança e, quanto mais nova ela for, mais regras inegociáveis. Isso muda, claro, na adolescência. Os pais precisam voltar a ter firmeza. A historia do cantinho para pensar, para mim, não funciona. Especialmente para as crianças pequenas, até 6 anos. Elas ainda não têm raciocínio formal completamente desenvolvido e podem associar a ideia de que pensar é algo ruim. Alguns pais acham que a palmada é um jeito de castigar que vai resolver para sempre os problemas, mas não é bem isso, pois é a repetição que faz com que uma regra seja interiorizada e se torne um hábito.

CRESCER: O que significa, para a sociedade, ainda ter uma geração inteira de crianças que apanham dos pais?
LMC: Felizmente, eu não acredito em determinismo. As pesquisas são muito claras em mostrar que crianças que foram vítimas de agressão também se tornam mais agressivas, têm tendência a se tornar depressivas ou a se envolver com drogas. Mas é preciso lembrar que somos sujeitos ativos. Se mesmo com um ambiente familiar desestruturado a criança tiver oportunidade de conviver com modelos adultos de afetividade, na escola, por exemplo, acredito que ela terá chances de se tornar um adulto equilibrado e feliz.

Fonte: Crescer


CRESCER entrevistou a psicóloga Luciana Maria Caetano, autora do recém-lançado ”É possível educar sem palmadas?”, que traz bons argumentos contra a violência dentro de casa.

Se você apanhou dos seus pais e, hoje, se considera uma pessoa educada, provavelmente deve achar que isso contribuiu para o seu sucesso, correto? Esse é apenas uma das questões levantadas em É possível educar sem palmadas? ,da doutora em psicologia Luciana Maria Caetano. Mais do que dizer que ela não funciona, a especialista mostra quais caminhos os pais podem seguir para que consigam impor limites sem agressividade. O livro não traz fórmulas prontas, por isso, não pense que somente ele vai resolver os problemas de educação na sua casa. Deixe os seus pré-conceitos de lado e entre nessa reflexão com a gente.

CRESCER:
Por que dar palmada não funciona?
Luciana Maria Caetano: Porque ela é falível. Nada garante que uma criança que apanha vai deixar de ter um comportamento inadequado. Pior: algumas crianças se acostumam com a palmada e não ligam mais quando os pais a ameaçam – o que significa que eles perderam a autoridade. Além, claro, do fato de que agressividade não faz bem. Vejo adultos que se indignam quando sabem de casos de violência, então por que alguns ainda acham normal bater numa criança? Não tenho dúvidas de que quando um pai bate numa criança ele mostra para ela que a violência é o meio de resolver os problemas, de que os mais fortes têm direito a bater nos mais fracos.

CRESCER: Quais as conseqüências da palmada para as crianças?
LMC: Primeiro, um argumento que ouço muito, é de pais que são a favor da palmada, de tapas, mas dizem que são contra a pancada. Mas como mensurar isso? Porque quando se está com raiva, é difícil medir a força. E a criança é frágil também. Além disso, a palmada gera na criança um sentimento de crédito: “fiz uma arte e, apanhando, paguei por ela. Agora estou livre para cometer novas”. É assim que os pequenos pensam. A palmada não é acompanhada de reflexão, do entendimento de que se faz a coisa errado. Por sua vez, os pais acabam distanciando-se dos filhos quando batem neles.

CRESCER: Se um adulto recebeu esse tipo de castigo dos pais e acha que isso foi responsável pela sua boa educação, como convencê-lo do contrário?
LMC: Essa é uma das perguntas mais difíceis de ser respondida. Hoje em dia vemos que, por conta do autoritarismo do passado, muitos pais foram para o caminho inverso, de não dar limite nenhum ao filho. E isso também é errado. Acho que os pais que creditam à palmada o fato de serem pessoas de bem na verdade o são por causa das regras claras que os seus pais impunham. Não encontrei nenhum adulto que tenha dito “ah, aquele dia foi muito especial para mim porque apanhei”. O que faz uma pessoa ser correta é a noção de certo ou errado que ela tem. Os pais do passado usavam a palmada para passar princípios, mas hoje sabemos que existem outras formas para isso.

CRESCER: E como os pais podem impor regras e limites sem usar a palmada?
LMC: Os pais precisam ser exemplo de justiça, respeito, dignidade, que são princípios universais. Não adianta falar para o seu filho não mentir se você próprio mente. Ou dizer para ele não ser agressivo se você explode em brigas no trânsito. Tem que explicar: “você escova os dentes porque isso é bom para a sua saúde”. Frases como “se você não escovar eu vou te bater” ou “se você não escovar vou ficar triste” não são indicadas. Além disso, é essencial ser paciente. Educar uma criança exige paciência. Muitos pais usam a palmada porque esse é o caminho mais fácil.

CRESCER: O castigo, sem palmada, é válido?
LMC: Sim. Mas o castigo tem que estar diretamente relacionado com a “arte”. Sujou? Tem que limpar. Quebrou? No próximo final de semana não haverá passeio, pois o dinheiro será usado pra consertar. Nesse sentido, não dá para negociar com a criança e, quanto mais nova ela for, mais regras inegociáveis. Isso muda, claro, na adolescência. Os pais precisam voltar a ter firmeza. A historia do cantinho para pensar, para mim, não funciona. Especialmente para as crianças pequenas, até 6 anos. Elas ainda não têm raciocínio formal completamente desenvolvido e podem associar a ideia de que pensar é algo ruim. Alguns pais acham que a palmada é um jeito de castigar que vai resolver para sempre os problemas, mas não é bem isso, pois é a repetição que faz com que uma regra seja interiorizada e se torne um hábito.

CRESCER: O que significa, para a sociedade, ainda ter uma geração inteira de crianças que apanham dos pais?
LMC: Felizmente, eu não acredito em determinismo. As pesquisas são muito claras em mostrar que crianças que foram vítimas de agressão também se tornam mais agressivas, têm tendência a se tornar depressivas ou a se envolver com drogas. Mas é preciso lembrar que somos sujeitos ativos. Se mesmo com um ambiente familiar desestruturado a criança tiver oportunidade de conviver com modelos adultos de afetividade, na escola, por exemplo, acredito que ela terá chances de se tornar um adulto equilibrado e feliz.

Fonte: Crescer

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Superproteção é legal?


Superprotegendo os filhos, nós impedimos que eles desenvolvam os meios necessários para se manter sobre as suas próprias pernas.

Um dos filmes mais bonitos e comoventes dos últimos anos foi Cinema Paradiso, que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Foi um grande sucesso de bilheteria em muitos países e também no nosso. Quase todas as pessoas que conheço choraram em algumas partes do filme. A cena que provocou lágrimas no maior número de espectadores é aquela na qual o velho, que é o pai espiritual e sentimental do rapaz, que lhe ensinou quase tudo o que sabia da vida até então, diz a ele que se prepare para partir do vilarejo rumo à cidade grande: "Vá e não olhe para trás; não volte nem mesmo se eu te chamar". O pai manda embora o filho adorado e "ordena" a ele que vá em busca do seu caminho, do seu destino, dos seus ideais.

Nesse momento, eu não fui mais capaz de conter as lágrimas, coisa que tentava fazer até então em respeito a esse esforço que os homens fazem para não chorar - e que é absolutamente ridículo. Lembrei da minha história pessoal e lamentei, com enorme tristeza, que eu jamais tivesse ouvido coisa parecida. Parece que eu havia nascido essencialmente para realizar tarefas que fossem da conveniência dos meus pais. Eles jamais me estimularam a sair de perto deles, ainda que pudessem achar que partir seria bom para mim. Achavam intelectualmente; mas, como isso era inconveniente e doloroso para eles, optavam por me impor o que fosse melhor para eles.

Antigamente isso era feito de modo aberto e frontal. Os pais, em certas culturas, chegavam até mesmo a escolher algum filho - especialmente filha - que lhes servisse de companhia e amparo na velhice. Essa criatura não deveria se casar nem ter qualquer tipo de vida própria; seria a "enfermeira" e "empregada" dos pais nos seus últimos anos. A maior parte das famílias, isto há 40, 50 anos, não agia assim tão diretamente. Mas jamais estimulariam todos os filhos para que fossem estudar em outras cidades. Alguns podiam - e deviam - ir; outros deveriam ficar para dar continuidade aos negócios dos pais e para zelar por eles. Filho era, de certo modo, propriedade dos pais e seu destino era o que fosse decidido por eles. E as decisões eram feitas essencialmente em função das conveniências práticas - materiais e de conforto físico - dos patriarcas. Os aspectos emocionais da vida existiam, é claro, mas estavam submersos e invisíveis, colocados embaixo das questões práticas de todos os tipos. Não eram relevantes na hora das decisões. Se um filho era escolhido para ser padre, de nada interessavam suas reclamações de que não era esse o desuno que havia sonhado para si e que isso o faria infeliz. Ser infeliz não era argumento forte!

Temos a impressão de que esses tempos já se foram e que hoje em dia as coisas são muito diferentes. Parece que agora nós agimos respeitando a vontade dos nossos filhos e que eles podem fazer das suas vidas o que desejarem. Será mesmo? Não é essa a minha impressão. É evidente que há grandes avanços. Rapazes e moças são mais livres para escolher suas profissões; são mais livres para escolher seus namorados, para se casarem ou não - isso em termos, pois uma filha solteira com mais de 25 anos de idade ainda preocupa, e muito, os pais. Poucos são os pais que, hoje em dia, têm coragem de interferir frontalmente sobre o destino de seus filhos. Isso, é claro, desde que eles se comportem dentro dos limites, estreitos em muitos casos, dos padrões de conduta mais usuais. Filhos que decidem ser atores, bailarinos, músicos etc. esbarram em grandes obstáculos familiares. O mesmo acontece com os homossexuais que, até hoje, escondem suas práticas das famílias.

Agora, a forma mais sórdida e maldosa que existe de dominação é aquela que se mascara, que se traveste de grande amor e superproteção. A criança - e depois o jovem - é tão paparicada que não desenvolve os meios necessários para se manter sobre as próprias pernas. É evidente que, dessa forma, jamais poderá partir para longe dos pais. Foi carregada no colo o tempo todo e suas pernas ficaram, por isso mesmo, atrofiadas. Não pode andar por seus próprios meios e é dependente da família para a vida toda. Pais fracos e inseguros fazem isso porque, na realidade, querem os filhos perto de si, exatamente como se fazia no passado. Querem os filhos por perto para darem sabor e sentido às suas vidas pobres e vazias. Querem seus filhos sem asas e incapazes de voar por conta própria. Não prepararam seus descendentes para voarem seus próprios vôos e buscarem seu lugar na terra. Em nome do amor - o que é mentira - geram um parasita, uma criatura dependente. A coisa é mais grave do que era no passado: antes o indivíduo era proibido de partir. Hoje, é permitido que parta, mas ele não tem pernas para isso

fonte: somos todos um

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Importância do Afeto na Infância




Um Nó do Afeto

Em uma reunião de pais numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos; pedia-lhes também que se fizessem presentes o máximo de tempo possível... Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender as crianças.

Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo...

Quando voltava do serviço já era muito tarde e o garoto não estava mais acordado. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.

Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo.

Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples, mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo .

Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento, simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, que valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso. Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.

As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó...

Um nó cheio de afeto e carinho. E você?... Já deu algum nó afetivo hoje?

AUTORIA: não consegui achar a autoria deste texto. se voce souber, por favor me avise.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A Importância da Educação Infantil



O mundo todo desperta-se para a importância da educação infantil. Até pouco tempo atrás esse ensino era tido como de menor importância.

Hoje, sabemos que a estimulação precoce das crianças contribui e muito para o seu aprendizado futuro. Desenvolve suas capacidades motoras, afetivas e de relacionamento social. O contato das crianças com os educadores transforma-se em relações de aprendizado.

Uma outra concepção é o desenvolvimento da autonomia, considerando, no processo de aprendizagem, que a criança tem interesses e desejos próprios e que é um ser capaz de interferir no meio em que vive. Entender a função de brincar no processo educativo é conduzir a criança, ludicamente, para suas descobertas cognitivas, afetivas, de relação interpessoal, de inserção social. A brincadeira leva a criança ao conhecimento da língua oral, escrita, e da matemática.

Acompanhando a implantação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Ministério da Educação (MEC), com o objetivo de assessorar as escolas, elaborou referenciais para um ensino de qualidade da educação básica, os chamados Parâmetros Curriculares Nacionais.

Os Parâmetros não têm caráter obrigatório e servem de orientação às escolas públicas e particulares. Os Parâmetros, assessorando a competência profissional, contribuem para a elaboração de currículos de melhor nível, mais ajustados à realidade do ensino.

Os “Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Infantil” propõem critérios curriculares para o aprendizado em creche e pré-escola. Buscam a uniformização da qualidade desse atendimento. Os Parâmetros indicam as capacidades a serem desenvolvidas pelas crianças: de ordem física, cognitiva, ética, estética, afetiva, de relação interpessoal, de inserção social e fornecem os campos de ação. Nesses campos são especificados o conhecimento de si e do outro, o brincar, o movimento, a língua oral e escrita, a matemática, as artes visuais, a música e o conhecimento do mundo, ressaltando a construção da cidadania.

O então ministro da Educação, Paulo Renato Souza, ao se referir aos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental, ponderou: “Passamos a oferecer a perspectiva de que as creches passem a ter um conteúdo educacional e deixem de ser meros depósitos de crianças. Em todo o mundo está havendo a preocupação de desenvolver a criança desde o seu nascimento”.

Dados de 1998, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 25% da população de zero a 6 anos freqüentam creche ou pré-escola. São 5,5 milhões de crianças de um total de 21,3 milhões.

A educação infantil é definida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) como parte da educação básica, mas não da educação obrigatória. A lei define, também, nas disposições transitórias, a passagem das creches para o sistema educacional. O Ministério da Educação (MEC) determinou que, a partir de janeiro de 1999, todas as creches do País deveriam estar credenciadas nos sistemas educacionais.

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, cabe aos sistemas municipais a responsabilidade maior por esses atendimento. A Constituição da República diz que “A educação é direito de todos e dever do Estado”. A emenda constitucional n.º 14/96 alterou dispositivos relativos à educação e estabeleceu que a educação infantil é atribuição prioritária dos municípios.

A educação infantil tem-se revelado primordial para uma aprendizagem efetiva. Ela socializa, desenvolve habilidades, melhora o desempenho escolar futuro, propiciando à criança resultados superiores ao chegar ao ensino fundamental.

A educação infantil é o verdadeiro alicerce da aprendizagem, aquela que deixa a criança pronta para aprender.

* Izabel Sadalla Grispino -Supervisora de ensino aposentada.
(Publicado em julho/2006)

sábado, 3 de setembro de 2011

O Delicioso contato com O LIVRO


Todos sabemos que o hábito da leitura é um grande estímulo à criatividade, imaginação, inteligência, e à capacidade verbal e de concentração das crianças. Sabemos também que os livros deveriam estar presentes no dia-a-dia das crianças, do mesmo modo que seus brinquedos. Os livros nos enriquece a todos e nos leva a mergulhar em aventuras, histórias, e em riquíssimas informações.

O livro é uma grande janela para a formação em todos os sentidos. Poderíamos estar falando e falando acerca dos benefícios do livro para as crianças, mas não pararíamos jamais. O importante é ter claro que os livros são importantes, mas o ato de ler, se possível todos os dias, é o que levará seu filho a este cantinho tão gostoso que é a aventura do saber, do conhecer, e do descobrir. Além disso, se os pais compartilham o momento da leitura de um livro com os filhos, estarão estabelecendo um laço especial entre ambas as partes.

leitura crianças e bebês
Um leitor não nasce, se faz

O interesse pela leitura deve-se inculcar desde o berço, e tratar com persistência e dedicação, que se converta num hábito. É fundamental para as crianças que aprendam a buscar conhecimentos mediante a leitura desde a mais tenra idade. As crianças devem ouvir estórias o quanto antes possível. Recomenda-se, entretanto, que o façam com disciplina, ou seja, tendo preconcebida uma hora ao dia para fazê-lo. Poderia ser na hora de dormir, ou depois de comer, e longe de qualquer distração.

Não é necessário esperar que uma criança leia para que ela possa ter contato com os livros. Existem livros para todas as idades. Livros só com ilustrações, para que os pais vão indicando o nome de cada figura e fazendo com que o bebê repita. Há livros com vocabulários, ou seja, que além da imagem, leva também o nome embaixo da mesma, para que o bebê vá visualizando as letras e as palavras. E os livros com texto e ilustrações para as crianças que já sabem ler.

Os pais de crianças que ainda não sabem ler, devem ler uma ou mais vezes, conforme seus filhos lhes peçam. Não devem limitar seus gostos. Que leiam o que lhes interessam, seja o que seja.

Os pais devem valorizar o momento da leitura dos filhos. Valorizar e diversificar os temas falando deles com as crianças, favorecendo todo tipo de livro, seja do material que for (papel, cartão, plástico, etc.), e valorizar o tempo que as crianças dedicam à leitura.
Os benefícios da leitura para as crianças

Os benefícios do livro para as crianças são incalculáveis e para toda a vida. Leva a criança a querer ler, a buscar saber, a adentrar-se no mundo da arte, do desenho e da imagem através das ilustrações. Aumenta sua habilidade de escutar, desenvolve seu sentido crítico, aumenta a variedade de experiências, e cria alternativas de diversão e prazer para ela.

De passagem, a criança aprende a converter facilmente as palavras em idéias, imagina o que não viu e faz com que consiga mergulhar na situação emocional do personagem, provando sensações como o perigo, o mistério... A criança se diverte ou chora através dos livros. Além disso, a criança aprende valores comuns. O de ser uma criança boa e amiga, por exemplo, como Peter Pan. A criança desenvolve consciências conhecendo a si mesma, formando critérios, sem contar que a ajuda a escrever e a relacionar-se melhor socialmente.

Hoje em dia parece ser que o interesse pela leitura tem experimentado um crescimento por parte das crianças. E a oferta tem acompanhado essa demanda. As editoras de livros infantis não só aumentaram a quantidade de produtos como também melhoraram sua qualidade. Se damos um passeio pelas livrarias e bibliotecas infantis, podemos encontrar uma infinidade de livros repletos com as mais curiosas ilustrações, cheios dos temas mais interessantes... Cada dia são mais irresistíveis!

Além dessa oferta de livros, nota-se também que foram criados espaços de leitura exclusivamente para as crianças nas escolas, bibliotecas, livrarias, etc.

Os livros já ocupam espaço em muitos quartos de crianças, desde sua idade mais pequena. Isso demonstra que os pais estão cada dia mais conscientes do valor da leitura. E serão eternamente agradecidos por isso.

Piolho?



É cada vez mais frequente, principalmente em épocas de mais calor, o aparecimento de pediculose em crianças de idade escolar.

Vem sendo observado um aumento nesse sentido, sobretudo nos colégios. Os piolhos constituem um problema sanitário que independe de classe social.

Como se desenvolve o piolho na cabeça de uma criança?

Piolhos nas crianças

O piolho chega à cabeça e se agarra a um cabelo, onde se alimenta chupando o sangue do couro cabeludo. As fêmeas colocam ovos (lêndias), que se agarram ao cabelo como uma cola. A lêndia tem tem forma ovalada de cor branca que se distingue da caspa porque está agarrada e grudada no cabelo. Desses ovos saem o piolho que logo estará adulto e começará a pinicar e a colocar mais ovos.
Como se pode evitar os piolhos?

Os piolhos passam de uma cabeça para outra de uma maneira muito fácil. Por isso, é necessário tomar algumas precauções quanto à higiene:

- Lavar os cabelos com frequência.

- Pentear e escovar os cabelos diariamente.

- Revisar frequentemente a cabeça das crianças, principalmente atrás das orelhas e na nuca.

- Limpar pentes e escovas com frequência.

- Não compartilhar utensílios como pentes, bonés, elásticos de cabelo, grampos, etc.
O que fazer no caso da criança ter piolhos?

Se notar a presença de piolhos na cabeça das crianças, deverá fazer o seguinte:

- Molhar o cabelo todo e couro cabeludo com uma loção antiparasitária, preferivelmente à base de piretrinas, que encontrarão nas farmácias. Não lavar o cabelo antes de aplicar essa loção. Tão pouco deve-se tapar a cabeça com toalhas, porque absorvem o produto. Pode-se cobrir a cabeça com uma touca plástica. Se tratarão com shampoo ou loção pediculicida somente aquelas pessoas que estejam infestadas. A utilização indiscriminada desses produtos nas crianças não é recomendável.

- Passadas de 2 a 4 horas, lavar o cabelo com shampoo normal ou pediculicida.

- Enxaguar com água e vinagre (uma parte de vinagre e duas de água), para favorecer a eliminação das lêndias.

- Não secar com secador.

- Uma vez enxaguado o cabelo, tirar as lêndias com a mão cou com pente bem fino.

- Os pentes e todo tipo de adornos de cabelo, devem ser submersos uma hora em loção pediculicida. As roupas, bem como as toalhas, etc., devem ser lavadas com água quente.

- Todas as pessoas que convivem com a criança parasitada, deverão ser revisadas, e se for o caso, tratá-las da mesma forma.

- Nos dias em que se estiver realizando o tratamento, após detectar a presença de piolhos e lêndias, não ir à escola, para evitar infestação nas outras crianças.

Fonte - http://br.guiainfantil.com/higiene-infantil/336-piolhos-ou-pediculose.html

domingo, 21 de agosto de 2011

Mãe, não quero ir para a escola!




Fobia escolar


O simples medo da escola poderá transformar-se em fobia escolar, que aparece com maior incidência entre os seis e os dez anos de idade, fase em que a criança já deveria ter ultrapassado a ansiedade do primeiro contacto coma escola e quando, aparentemente, parece estar bem adaptada. Os medos sentidos pela criança vão-se consolidando, acentuando e tornando-se fóbicos, de tal modo que a criança não os consegue eliminar com facilidade. A fobia escolar é uma patologia que se distingue da recusa banal e esporádica em ir à escola, pelo fato de ser muito intensa e prolongada, interferindo no dia-a-dia da criança.
Os sintomas intensificam-se e persistem ao longo do tempo mas, se os pais optarem por deixar os filhos ficarem em casa, o que deverá ser sempre uma última opção, esses sintomas “desaparecerão”, até ao final do dia. Nestes casos, para além dos pais tentarem perceber o que está a acontecer, é fundamental que procurem um psicólogo que possa avaliar a criança e identificar o que está na origem da fobia. Muitas vezes verifica-se que os medos não estão diretamente relacionados com a escola mas sim com a dinâmica familiar.


O seu filho tem medo de ir para as aulas?


É normal que a criança apresente alguma recusa em ir para a escola, sobretudo após um período grande de ausência, nomeadamente nas férias. Algumas crianças apresentam maior dificuldade na adaptação do que outras, podendo mesmo manifestar sintomas físicos, como dores de cabeça ou fazerem “xixi” na cama nos primeiros dias.

Estes sintomas são considerados normais e fazem parte do processo adaptativo e só se tornam preocupantes se persistirem e se a criança continuar a rejeitar a escola.

No entanto, há que estar sempre presente e atenta pois todos os medos que permanecem durante bastante tempo no imaginário da criança e/ou que condicionam o quotidiano em diferentes contextos, devem ser analisados. Muitos destes medos podem consolidar-se, tornando-se fóbicos, pois a criança não os consegue eliminar de forma natural. Relativamente à escola, estes medos podem constituir-se como uma fobia escolar.


Quando o medo se transforma em fobia>


A fobia escolar aparece, com maior incidência, entre os 6 e os 10 anos de idade, após a criança ter ultrapassado a ansiedade do primeiro contato com a escola e quando parece já perfeitamente adaptada. É uma patologia que se distingue dos vulgares medos ou da banal recusa esporádica em ir à escola pelo facto de ser mais intensa e prolongada no tempo, interferindo com o quotidiano e com a rotina diária da criança e da sua família. É um medo acentuado, desmedido, excessivo de ir à escola.

As crianças com esta patologia apresentam sintomas somáticos, como vómitos, diarreia, palpitações ou dores diversas, perturbações do sono e da alimentação, podem fazer chichi na cama e chorar desesperadamente, sobretudo quando se aproxima a hora da ida para a escola, no final do fim-de-semana ou das férias mais ou menos prolongadas. Os sintomas desaparecem de forma milagrosa se os pais deixarem o filho ficar em casa.

Embora os trabalhos de casa sejam, na maioria das vezes, feitos com gosto e não exista recusa em estudar, muitas vezes, são as crianças que preferem ficar em casa com os pais a brincar, na rua ou na casa de um amigo. Cabe aos pais estimular a criança com fobia escolar para brincar com outras crianças, mostrando-lhe o lado bom das brincadeiras e das amizades.

Nestes casos, é necessário que os pais procurem um psicólogo que possa avaliar a criança e identificar concretamente o que está na origem da fobia escolar que, muitas vezes, não está diretamente relacionada com a escola mas sim com a dinâmica familiar. É também comum que esta patologia esconda uma depressão infantil, pelo que o diagnóstico diferencial feito por um especialista é essencial. No entanto, os pais também podem agir, quer em casos de fobia escolar, quer nos medos mais vulgares que a criança possa ter.


Cuidados dos pais



Os pais não devem subestimar nem ridicularizar os medos da criança, e muito menos ignorá-los. Uma criança com medo necessita de compreensão e tolerância. É importante conversar com a criança, procurando perceber o que causa esse medo. No caso da Fobia Escolar, tente perceber o que lhe desagrada tanto na escola. É também muito importante ter consciência de que, quanto mais ceder às pressões da criança, mais difícil será a sua (re)adaptação à escola e maior será a dificuldade da criança em vencer os seus receios. Assim, é importante que a criança não deixe de ir à escola. O medo da criança não deve ser sobrevalorizado e a rotina da família não deve ser gerida em redor desse medo. Os pais devem procurar responder de forma adequada, mostrando-se seguros e firmes na sua explicação, pois a criança está muito atenta à ansiedade dos pais.

Quando os pais deixam a criança na escola, devem permanecer um pouco junto dela, embora mantendo uma posição firme e segura e não vacilando no momento da despedida. Se a criança desejar, podem deixar-lhe um brinquedo preferido, o que a reconfortará enquanto estiver longe dos pais. Nunca devem sair sem se despedir dela e é importante referirem quando a irão buscar. Devem chegar sempre a horas e, se por algum motivo se atrasarem, devem avisar. A criação de uma expectativa positiva em relação à escola é também muito importante, pois a sua atitude face à situação é fundamental para ajudar a eliminar os receios do seu filho.


Fonte- http://familia.sapo.pt/crianca/educacao/mae_ideal/1122467.html

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O auxílio do Psicólogo na Escola.




Como Educadora , sempre me perguntam quais as funções do Psicólogo em uma Instituição Educacional . Costumo responder que ele deverá ser um observador ao nível dos comportamentos que a criança manifesta, ao nível dos conteúdos da aprendizagem se há ou não dificuldades aparentes e ainda inferir sobre as relações com pares, sendo que estas funções se encontram cada vez mais centradas no âmbito da escola em geral situada num contexto e cada vez menos centrada na criança como indivíduo singular.

O psicólogo tem como principais funções na escola as de avaliar e intervir junto de crianças do ensino básico que apresentem dificuldades de comportamento e aprendizagem.

A abordagem feita pelo psicólogo é direta fazendo uso de técnicas específicas de aconselhamento.

No Contexto escolar este organiza atividades, ações de formação para pais, professores, assistentes e outros que possam de alguma forma participar na educação ativa das crianças, sobre vários temas.

O psicólogo deverá participar ativamente junto da escola em atividades que possam implicar mudanças estruturais..

Outra das funções do Psicólogo na escola é participar na elaboração e organização dos serviços de atendimento, no sentido de avaliar se as crianças estão ou não a receber serviços que possam satisfazer as suas necessidades.

Este deverá articular os diferentes contextos educativos da criança, coordenar a informação sobre o desenvolvimento da criança, avaliando as suas necessidades, os recursos existentes na escola e ainda da comunidade onde esta se insere, avaliar os contextos sócio culturais.

O psicólogo deverá ainda se manter alerta e ativo no que respeita novas técnicas de avaliação, intervenção e planificação.

sábado, 6 de agosto de 2011

De onde vêm os bebês?




É a pergunta fatídica capaz de deixar pai e mãe na maior saia justa. Mas não adianta mudar de assunto. Falar sobre sexo e sexualidade com os filhos é importantíssimo e não dá pra deixar pra depois. Quando começar a conversa? Não tem uma idade exata para falar sobre sexo. Depende dos estímulos visuais e auditivos aos quais a criança é exposta. Geralmente, a curiosidade para saber de onde vêm os bebês começa com a gravidez da mãe ou de outra pessoa próxima.

Vale lembrar que as crianças abaixo de 6 anos não têm memória auditiva tão aguçada, então não dão tanta importância para a resposta. O que interessa para elas é matar a curiosidade ou chamar a atenção, explica a sexóloga e ginecologista Franciele Minotto. O interesse chama A hora certa pra falar sobre sexo é quando surge o interesse! E não tem idade pra isso. Primeiro devemos informá-los sobre os órgãos genitais, como funcionam, sobre a higiene, e sobre a diferença entre os gêneros masculino e feminino, dando exemplos do papai e mamãe, irmão e irmã, se for necessário, sugere a ginecologista. E mesmo se não houver perguntas, a partir dos 10 anos, é legal introduzir o tema no papo em casa.

É necessário que os pais insiram o assunto nas conversas com as crianças. Comentar sobre o que é o namoro e como acontece; que as pessoas beijam na boca, se abraçam, fazem carinho pelo corpo da outra. E que um belo dia poderão ficar nus e, se assim desejarem, o pênis do menino entrará na vagina da menina, aconselha Franciele. Xô, mito! Desconversar, mudar de assunto, não pronunciar a palavra em casa apenas mistifica o sexo e o coloca distante da vida da criança. Como há muito estímulo visual, algumas vezes é difícil esconder ou dissimular a palavra sexo. Isso é importante para não deixar o assunto como algo proibido ou mágico, alerta a sexóloga.

E nada de ficar constrangida. Na hora de conversar, a naturalidade é importante para o entendimento da criança e facilita a percepção de que o sexo é uma prática constante da vida adulta. A professora Joana E. Antunes, 32 anos, não sabia o que responder quando a filha de cinco anos fez a primeira pergunta embaraçosa. Um belo dia, a Thaís virou pra mim e perguntou: mãe, eu posso cruzar? Fiquei surpresa e sem saber o que dizer. Mas expliquei que só podemos fazer isso quando amamos alguém de verdade. Foi a única saída, ri a professora. As metáforas Não adianta usar palavras do diminutivo para se referir aos órgãos sexuais. Nada de pirulitinho e pererequinha. Falar o nome correto de ambos e até utilizar-se de espelho para identificar as estruturas é muitíssimo importante. Sexo não pode ser relegado eternamente ao felizes para sempre do conto de fadas, adverte.

Anote!

Dicas para não engasgar quando a conversa de sexo aparecer na hora do jantar:

- Trate o assunto com naturalidade e deixe claro que é uma prática comum da vida adulta; – Vale perguntar o que a criança já sabe sobre o assunto, para especificar a dúvida;

- Não esconda que os pais praticam o sexo. Isso estimula os filhos a perceber a união do casal e a compreender que você precisa daquela horinha pra ficar a sós; – Explique que o ato sexual é prazeroso, mas pode trazer transtornos sem algumas precauções: gravidez indesejada, doença sexualmente transmissível, etc;

- Tome cuidado com o contexto e as palavras usadas durante o diálogo para não associar o sexo a algo sujo ou feito apenas pelos maus – É necessário começar a conversa enquanto as modificações puberais estão acontecendo. Deixar para falar depois da primeira menstruação, para as meninas, é tapar o sol com a peneira e pode ser tarde demais!

Fonte: http://delas.ig.com.br

quinta-feira, 7 de julho de 2011

LIMITES x CRIANÇAS





Hoje existe certa desorientação dos pais em relação à autoridade que exercem sobre seus filhos.

De três gerações para cá, verifica-se uma mudança radical e significativa na posição dos pais quanto à colocação dos limites e das regras disciplinares em seus filhos. Se por um lado até as décadas de 40 e 50, a maneira de educar os filhos seguia uma direção vertical, na qual os pais exerciam sua autoridade de cima para baixo sem maiores questionamentos. A geração seguinte, a partir do final dos anos 60, incomodada pelo autoritarismo, ao assumir o lugar dos pais agiu no extremo oposto, optando por mais permissividade.

A falta de limites tem conseqüências negativas para a criança e seu desenvolvimento, afinal a criança que não aceita regras, seja para jogar um jogo, para andar no ônibus, para se comportar na escola, terá dificuldades para conviver com os outros.

Os limites ajudam a criança a tolerar frustrações e adiar sua satisfação. Ela tem que apreender a esperar sua vez, a compreender que existem outros e que precisa compartilhar. A insuficiência de limites pode conduzir a uma desorientação, a uma falta de noção dos outros, de respeito e até à criminalidade em alguns casos extremos.

Colocar limites não significa ser autoritário, mas sim ter autoridade. Através da colocação de limites os pais ensinam a criança a respeitar-se e a respeitar os outros. Dizer "não" para uma criança, e ensinar-lhe que ela também pode dizer não quando alguém quiser lhe impor atitudes ou comportamentos. Na medida em que os pais percebem as necessidades da criança, as identificam e as apontam, ela poderá também identificar quais suas próprias necessidades.

Por exemplo, se uma mãe percebe que seu filho está morrendo de sono e precisa dormir, e ela é firme e lhe disse que é hora de dormir, mesmo que ele resista aos poucos ele poderá identificar seu próprio cansaço e a necessidade do corpo de descansar. Existem muitos adultos que não ouvem as mensagens do próprio corpo, dor, cansaço, fadiga, e passam por cima dos limites do corpo, o que freqüentemente provoca stress e adoecimento. Por outro lado, é comum ouvir as jovens hoje em dia dizerem não saber como dizer "não", a um namorado que deseja ter uma relação sexual.

Colocar limites não significa privar de liberdade. Quanto mais cedo, os pais colocarem os limites de forma afetiva e com segurança de propósitos menos problemas terão na puberdade e na adolescência, fase na qual as crianças se revoltam contra as imposições desmedidas e transgridem aquilo que é insuportável.

É importante que os pais dialoguem com os filhos e expliquem quais os propósitos dos limites. Se mesmo assim as crianças não obedecerem, às vezes é necessário colocar sanções, com o intuito das crianças se responsabilizarem pelos atos e pelas suas decisões.

A tarefa de dizer não, por outro lado, inicia-se desde o nascimento. A importância do "não" e do estabelecimento de limites é fator organizador na formação da personalidade de todo ser humano. Desde ao redor de um ano de idade aproximadamente a criança precisa aprender a ouvir a palavra "não" e o os pais de pronunciá-la.

As crianças passam pela "fase do negativismo", na qual a criança fala quase compulsivamente a palavra "não", testando sua força diante da autoridade do adulto, pai ou mãe. Com esse comportamento as crianças estão experimentando até onde podem chegar e até onde os pais deixam ir.

As crianças precisam de regras claras, objetivas e coerentes colocadas com segurança e na hora certa. O estabelecimento de limites não é tarefa fácil, mas muito mais complicado é mantê-los. Ter de enfrentar o choro, resmungos, esperneio e a sensação provocada pela criança de que somos pais "maus" e injustos é difícil de tolerar. É fundamental conhecer quais os recursos mentais da criança em cada faixa etária. Por exemplo, antes dos 4 ou 5 anos é quase impossível esperar que uma criança compreenda e aceite as regras de um jogo. Ela vai querer jogar e ganhar toda vez. Obrigá-la a aceitar regras antes do tempo seria um limite absurdo. Porém, a partir dos 6 anos a criança já terá adquirido a capacidade para aceitar as regras e a vez dos amiguinhos.

Quando a criança é pequena, ela não sabe o que lhe faz bem e o que é prejudicial para sua saúde; são os pais e professores que aos poucos precisam ir ensinando-lhes estes valores, colocando limites, dizendo "não", para que ela possa apreender por si só e se tornar autônoma, conhecendo seu próprio corpo.Também, para que as crianças entendam a importância dos limites é fundamental, que os pais sejam coerentes, fazendo ou deixando de fazer aquilo que foi proibido para a criança fazer.

Maria Cristina Capobianco é psicóloga e autora do livro "O corpo em off" (Ed. Liberdade).

terça-feira, 28 de junho de 2011

A criança hiperativa




Precisamos deixar claro que agitação não é sinônimo de hiperatividade ou Transtorno do Déficit de Atenção por Hiperatividade - (TDAH), este é um transtorno mental e, em geral, em crianças com idade escolar.

Essas crianças são vistas como problemáticas pelas pessoas que convivem com ela, o que gera muita angústia para seus pais pela falta de disciplina, dificuldade de concentração, de respeitar regras, irritabilidade, etc.

Crianças indisciplinadas, birrentas, malcriadas, falantes e muito espertas, principalmente para o que lhes interessa, são vistas popularmente como hiperativas, termo usado erroneamente.

Como já mencionei, a hiperatividade é um transtorno, uma vez que causa muitos problemas para a criança, principalmente de relacionamento e, que quando tratado por especialistas como neurologista, psiquiatra, psicólogo, ou outros profissionais especializados nessa área, pode ser bem administrado.

As crianças inquietas devem ser observadas pelos pais, porque muitas vezes esses comportamentos estão ligados a problemas sociais ou familiares ou até mesmo físico.

Um exemplo disto é o de um bebê muito chorão e agitado não satisfeito com nada e que não responda a nenhum estímulo. A mãe preocupada, leva-o ao médico e o profissional constata uma surdez. Na gestação a mãe teve rubéola o que gerou o problema do bebê, ou seja, o bebê tem um problema físico, o que o deixa irritado e agitado.

Já foi constatado que mães que tiveram uma gravidez estressante têm crianças mais agitadas.

O que percebo é que a maioria das crianças que são muito estimuladas desde bebê, são extremamente agitadas e mal comportadas.Toda criança precisa ser respeitada e por mais energia que tenha, necessita de descanso.

Muito estímulo é prejudicial.

Estes estímulos também estão ligados a atividades extras que tomam conta de todos os dias da sua semana e ainda obrigam a criança a dar conta do recado.

Toda criança precisa estudar, praticar esportes, ou podem ter outras atividades extra-curriculares, como fazer inglês, etc. Mas precisam, principalmente, brincar e descansar para aliviar suas tensões e isso deve ser respeitado.

Seu filho poderá ter Transtorno de Défict de Atenção por Hiperatividade se apresentar esses comportamentos juntos:

•Dificuldade de concentração (vive no mundo da lua)
•Não escuta quando lhe dirigem a palavra
•Não aceita tarefas que envolvam trabalho mental
•Não se envolve em brincadeiras e, não as mantém por muito tempo
•Tem dificuldade em aguardar sua vez
•Fala em demasia
•Nunca pára sentado
•Não aceita regras
•Está ligado dia e noite
Você deve ter percebido que talvez seu filho se encaixe em um desses tópicos só que: tudo isso deve acontecer em casa, na casa do amigo, na escola, no passeio, ou seja, em situações agradáveis e desagradáveis. Neste caso procure ajuda de um profissional.

Caso contrário verifique se os fatores ambientais não estão favoráveis, como a escola, desentendimento dos pais, perda de alguém importante, etc.

Muitas vezes a agitação da criança é o reflexo do que ela está vivendo no seu dia a dia.

Mirene F. M. A. Marques

quarta-feira, 30 de março de 2011

Dificuldades de Aprendizagem da Criança.




O termo 'dificuldade de aprendizagem' começou a ser usado na década de 60 e até hoje - na maioria das vezes - é confundido por pais e professores como uma simples desatenção em sala de aula ou 'espírito bagunceiro' das crianças. Mas a dificuldade de aprendizagem refere-se a um distúrbio - que pode ser gerado por uma série de problemas cognitivos ou emocionais - que pode afetar qualquer área do desempenho escolar.

Na maioria dos casos é o professor o primeiro a identificar que a criança está com alguma dificuldade, mas os pais e demais membros da família devem ficar atentos ao desenvolvimento e ao comportamento da criança.

Segundo especialistas, as crianças com dificuldades de aprendizagem podem apresentar desde cedo um maior atraso no desenvolvimento da fala e dos movimentos do que o considerado 'normal'.

Mas os pais têm que ter cuidado para não confundir o desenvolvimento normal com a dificuldade de aprender. A psicóloga Maura Tavares Rech, especialista em psicoterapia infantil, afirma que "toda a criança tem um processo diferente de desenvolvimento - umas aprendem a andar mais cedo, outras falam mais cedo - e isso é absolutamente normal, não existe um 'padrão' de desenvolvimento. Portanto é importante que os pais respeitem o desenvolvimento geral da criança. Nesta fase o pediatra torna-se um grande aliado dos pais", diz a psicóloga.

Crianças com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incômodo com as tarefas escolares gerados por um sentimento de incapacidade, que leva à frustração.

Neste caso, a orientação da psicóloga é de "valorizar o que a criança sabe para fortalecer sua auto-estima". Mostrar para a criança o quanto ela e boa em tarefas na qual ela tem habilidade e incentivá-la a desenvolver outras tarefas nas quais ela não é tão boa, é fundamental.

"Os pais têm que dar segurança e atenção para ensinar a criança a aceitar as frustrações", diz Maura. Criar um ambiente adequado para que ela desenvolva o estudo e estabelecer limite de horários para a realização das tarefas são outras dicas importantes da psicóloga.

Mas não se deve confundir dificuldade de aprendizagem com falta de vontade de realizar as tarefas. Maura afirma que problemas de aprendizagem podem ser causados por uma simples preferência por determinadas disciplinas ou assuntos. "Nestes casos um professor particular pode, muitas vezes, resolver o problema", diz ela.

Se os pais acreditam que seu filho apresenta dificuldades de aprendizagem, devem procurar um profissional para receber as orientações.

Neste caso, os psicólogos com especialização em clinica infantil, são os profissionais adequados para realizar uma avaliação e tratar da criança, se o problema for gerado por fator emocional. Caso o diagnóstico da criança for dificuldade cognitiva, a criança deve ser encaminhada para um psicopedagogo que poderá ajudar no desenvolvimento dos processos de aprendizagem.

Para obter resultados concretos é preciso ser feito um trabalho em conjunto entre pais, psicólogos, escolas e professores, que deverão estar envolvidos com um único objetivo: ajudar a criança. E é imprescindível que os pais conheçam seus filhos e conversem freqüentemente com eles para que possam detectar quando algo não vai bem.
Redação Terra

sábado, 8 de janeiro de 2011

Estimulando a Criatividade Infantil




É muito comum ouvirmos as pessoas dizerem que não têm criatividade – o que não é verdade. Em algumas pessoas ela está mais aflorada do que em outras. Todos nascemos com criatividade, a única diferença é o que fazemos com ela.

O processo de criatividade se manifesta claramente nos desenhos infantis, que é o primeiro registro concreto da expressão pessoal. O desenho das crianças é feito de maneira inconsciente, sem a preocupação do que os outros vão pensar. Elas gostam de pintar, desenhar, modelar e construir. Experimentando os diversos materiais, aprende a expressividade direta do traço, a percepção da linha que gera formas, etc. O contato com a arte contribui para desbloquear o processo criativo, proporcionando assim a descoberta das mais variadas formas de expressão.

Por volta de dois anos de idade já são feitos os primeiros rabiscos. Nesta fase, a criança está livre das influências externas. Aos poucos as linhas vão ficando mais controladas, conforme a criança adquire um controle visual sobre elas.

A partir dos quatro anos, surgem as primeiras experiências representativas. O desenho é a oportunidade de a criança organizar suas experiências, convertendo o pensamento em forma de desenho. Portanto, não se deve estabelecer técnicas nem padrões.

Já por volta dos sete anos, a criança está começando a estruturar seus processos mentais de tal forma que pode começar a ver relações com seu ambiente. Ela tende a desenhar sua casa, família, amigos de escola e etc.

Entre os nove e doze anos, a criança deixa de lado a repetição dos mesmos símbolos. Ela adquire autocrítica e também consciência do ambiente natural. Aí, então ela passa a se preocupar com proporções e profundidade.

Algumas técnicas que estimulam a criatividade das crianças

A criança pode utilizar fragmentos de objetos, peças de brinquedos estragados e aos mais diversos desperdícios para fazer as suas construções. Este processo as diverte, pois há uma variedade de soluções inesperadas e surpreendentes.

A livre associação de imagens, recortadas de revistas, proporciona a realização de colagens dadaístas e surrealistas. A criança é sensível ao caráter lúdico da colagem, que joga com diversas formas de abordar o real, aprimorando sua capacidade de improvisação e humor.

No mundo virtual, a criança pode encontrar uma infinidade de passatempos. Há jogos, livros e vídeos desenvolvidos especialmente para capturar a atenção dos pequenos e, ainda, aperfeiçoar suas habilidades, como a percepção visual e a coordenação motora

Alguns sites oferecem livrinhos de histórias com imagens grandes e pouco texto, páginas que permitem desenhar e pintar na tela do computador ou que oferecem desenhos para colorir. Existem também vídeos educativos ou animações desenvolvidas para crianças, jogos de encaixe, labirinto, quebra-cabeças de peças grandes etc. Essas atividades, praticadas no computador, tendem a apurar a percepção visual e a orientação espacial. O uso do mouse e a observação da tela também estimulam a coordenação dos olhos e das mãos.

fonte: http://www.brinquedoseducativos.net