segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Crianças : Hora de dizer NÃO!



Quando dizer NÃO! Eis a questão...

Não é uma tarefa fácil cuidar de uma criança pequena, orientar seu crescimento. E quando dizer não aos nossos filhos é uma questão sobre a qual muitos de nós, mães e pais se debatem constantemente.
Os limites são necessários, mas como e quando colocá-los?
Sobre essa questão é bom que levemos em consideração o fator idade, desenvolvimento. Ora, uma criança de 1 ano de idade não poderia entender um NÃO assim como uma de 3 anos, por exemplo. Precisamos ficar atentos ao período de desenvolvimento em que nosso filho se encontra.
As crianças não nascem sabendo o que podem e o que não podem fazer, com certeza. Mas muitas vezes alguns pais lidam com elas como se soubessem disso desde sempre, sem que tenham sido ensinadas.
Vamos pensar esta questão, tendo em vista as crianças pequenas e seu primeiro contato com as interdições.
Então, podemos dizer que teríamos três etapas a nos concentrar na introdução dos “NÃOS” na vida dos bebês.
Primeiro, temos uma fase em que os pais assumem toda a responsabilidade sobre as interdições, ou seja, o bebê pequeno não tem instrumentos, nem possibilidades de entender o que pode lhe causar algum mal ou não. E no seu desenvolvimento rápido vem o intento de descobrir o mundo, pela boca, pelas mãos... é como se o mundo inteiro fosse uma grande novidade a ser descoberta, e ele bebê, o explorador. Não há NÃO nesta primeira etapa, só a interdição física.
Assim, nesse momento é importante que a criança tenha a possibilidade de explorar, conhecer o mundo e o que tem a sua volta, ela precisa se desenvolver, e ter também um adulto atento que possa livrá-la dos perigos iminentes. Não adiantará de nada ter uma briga homérica com uma criança de 1 ano porque ela derramou todo o saco de arroz que estava na sacola, no chão.
Você é que deveria ter tirado este saco dali, certo!? Você tem instrumentos para isso, ela não.
Ele precisa explorar o mundo, dê-lhe situações ou objetos que lhe propiciem isto. E a princípio, você não limita um bebê para que ele lide com o que é certo ou errado do ponto de vista moral, mas simplesmente porque tem algumas atitudes que ele precisa ir aos poucos entendendo que são perigosas. Para bebês pequenos os “NÃOS” maternos devem se basear na idéia de perigos concretos.
Aos poucos, você percebe na criança uma crescente capacidade de compreender as coisas. Então temos a segunda etapa, onde você já pode se impor e mostrar a criança sua visão de mundo, ela já começa a ter capacidade de absorver algumas coisas. Aí sim, começa a aparecer literalmente o NÃO como palavra, linguagem entendida. Você pode dizer “NÃOS” seguros a ela, e ela tem capacidade de entender que aquilo É uma interdição, e que ali ela precisa parar por algum motivo, ainda que não tenha um entendimento real sobre os motivos.
Segue-se, a terceira etapa que é aquela que se apresenta como a fase da explicação. Podemos, aqui partir para a conversação, os pais aqui podem explicar a criança o motivo das interdições, é ela já começa a desenvolver a capacidade de entendê-las.
Assim vai se dando o desenvolvimento desses primeiros momentos do entendimento da interdição.
Entretanto, não podemos nunca esquecer do fato de que as crianças são muito diferentes umas das outras, as fases ocorrem nessa seqüência, mas é preciso que a mãe possa observar o desenvolvimento de SEU filho, e assim estar pronta para a adaptação às necessidades de sua criança.
Muitas vezes ocorre que mães que não se encontram em momentos tranqüilos e felizes de suas vidas possam, em função do seu momento, estar propensas a exagerar o lado carinhoso do trato, sendo permissivas demais, ou ainda dizer NÃO apenas porque estão irritadas.
É muito importante que na imposição de limites, a mãe os tenha bem claros para si mesma, tanto os limites, quanto os motivos pelos quais os está impondo.
Se os próprios pais estiverem muito confusos quanto ao que permitiriam ou não, como a criança poderá ter clareza sobre isso?

Simone Ávila

Psicóloga Clínica Especialista em Psicologia da Comunicação Membro associado da ABENEPI - Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil.

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